Apesar de todo o cansado e do ritmo
alucinante que sorrateiramente se instala na nossa corrente sanguínea, a noite
não induz ao sono. Pelo contrário - é de noite que o nosso corpo encontra tempo para
pensar, meditar, reflectir, tempo esse que abarca como seu. É por isso que não descanso. É por
isso que de noite os meus dedos anseiam pelo som ritmado das teclas do
computador, onde se vão desenhando histórias inventadas de um mundo mais ou
menos real.
Quando cai o dia e a lua assume o seu
reinado há tempo para viver; há tempo para fazer tudo aquilo que o dia nos
roubou. À noite refreamos as rédeas que encarceram o princípio do prazer e
deixamo-nos levar pela brisa suave dos desejos recalcados. Mas, infelizmente, o
tempo nunca é suficiente porque o sono puxa-nos, suga-nos a energia e reclama
por atenção. E novamente chega outro dia, adiantado, sempre adiantado... e nós
nunca conseguimos recomeçar com as baterias recarregadas porque, de noite,
resistimos ao sono e abraçamos a vida. E chegará novamente a noite e
adormeceremos de novo e nunca teremos tempo para fazer tudo aquilo que ficou
por fazer.
20/02/2013 - feeling the same.
Sem comentários:
Enviar um comentário